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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (12), para combater um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel dentro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram cumpridos 30 mandados judiciais no Distrito Federal e no estado do Piauí. Os alvos são servidores e pessoas físicas.
As investigações tiveram início no ano de 2021 e continuaram em 2022. De acordo com os investigadores, servidores da Novacap aceleravam pagamentos para empresas ligadas à execução de obras públicas em troca de propina de 2% sobre o valor pago. Quantia total paga para empresas é de R$ 110 milhões.
Segundo o MPDFT, o esquema utilizava contas bancárias de servidores e familiares para lavar dinheiro ilícito. E o esquema acontecia assim: dentro da Novacap, cada servidor desempenhava uma função, desde agilizar o pagamento feito para as empresas até o repasse da propina.
Nas empresas de construção investigadas, havia o responsável pelo envio do dinheiro aos familiares de servidores. O supermercado investigado recebeu quantias ilícitas também.
Além disso, a investigação aponta que, mesmo concorrendo em licitações públicas, as empresas que deveriam ser concorrentes, na verdade, se mantinham alinhadas, sinalizando um esquema de cartel.
Leia a nota da Novacap sobre o caso:
“A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informa que desconhece a íntegra da investigação, uma vez que transcorre de maneira sigilosa dentro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A Novacap destaca que colabora integralmente com as investigações, fornecendo todas as informações solicitadas pelas autoridades competentes, e reitera seu compromisso com a transparência e a legalidade nos processos de contratação pública.
Cabe ressaltar que as imagens veiculadas na mídia não têm qualquer relação com as dependências da empresa e nada do que foi mostrado ocorreu dentro da instituição. Apenas HDs e um pen-drive foram recolhidos pelos investigadores.
As apurações seguem sob responsabilidade do MPDFT, e a Novacap confia na apuração rigorosa dos fatos, uma vez que é a maior interessada nos esclarecimentos dos fatos.
A Novacap reforça sua disposição em continuar colaborando com a Justiça e em adotar todas as medidas internas necessárias para fortalecer seus mecanismos de controle, garantindo a regularidade dos seus processos e o fiel cumprimento da lei.”