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Uma pesquisa internacional realizada pelo Center for Universal Education (CUE), da Brookings Institution (EUA), em parceria com a consultoria brasileira Vozes da Educação, revelou que 61% dos pais brasileiros priorizam escolas que desenvolvem competências socioemocionais nos alunos — como empatia, autocontrole e habilidades de convivência.
O levantamento, que ouviu mais de 22 mil pessoas em 16 países, mostra uma mudança significativa nas expectativas das famílias brasileiras em relação à educação escolar. Embora 53% ainda considerem o preparo acadêmico para o ensino superior como função principal da escola, a maioria valoriza uma formação mais ampla, que prepare os estudantes para os desafios da vida em sociedade.
Segundo a consultora educacional da Vozes da Educação, Laura Nóra, os dados mostram que os pais estão mais conscientes da importância das habilidades socioemocionais.
“O mundo exige cada vez mais competências socioemocionais, e as famílias estão cada vez mais cientes disso. Não basta tirar boas notas, é preciso saber lidar com pessoas, com as próprias emoções e com os desafios do cotidiano”, afirma.
O Colégio Ideal, em Taguatinga, trabalha esses valores por meio de atividades. Projetos como a “Páscoa Solidária” envolvem os estudantes em ações sociais desde o planejamento até a entrega de donativos — mais de 18 toneladas de alimentos foram arrecadadas. As instituições beneficiadas atendem centenas de famílias em situação de vulnerabilidade no DF.
A diretora pedagógica do Colégio, Amanda Mussauer, reforça os impactos positivos dessas ações
“Enquanto escola nós percebemos que os alunos se tornam ainda mais conscientes, confiantes e preparados. Conscientes do meio em que vivem e do como a sociedade se comporta ao seu redor. Confiantes de que eles podem ser protagonistas em fazer a diferença, seja na vida de uma pessoa, uma instituição ou mesmo na comunidade inteira que o cerca”, pontua.
Especialistas defendem que unir conteúdo acadêmico a valores humanos é mais do que uma tendência global. Para o professor Hugo Versani, coordenador pedagógico e docente do Laboratório de Inteligência de Vida (LIV), essa abordagem torna o aprendizado mais significativo e relevante para os estudantes.
“Quando os alunos conseguem perceber a aplicação prática do que aprendem e se envolvem em questões que impactam a sociedade, desenvolvem um senso de propósito e pertencimento”, afirma.
Segundo o estudo, os pais priorizam escolas que desenvolvem competências socioemocionais como empatia, autocontrole e habilidades de convivência.