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Em apenas uma semana, três pessoas morreram após terem procurado atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A última morte ocorreu com uma mulher de 38 anos na UPA de Sobradinho II, na última segunda-feira (19).
De acordo com relatos de familiares, Flávia Rocha foi levada para a UPA no domingo (18), com queixa de fortes dores abdominais. Após receber atendimento, e ter sido diagnosticada com infecção urinária, ela foi liberada para ir para casa. Entretanto, o caso dela piorou e ela retornou à UPA na mesma noite, quando foi encaminhada para a Sala Vermelha. De lá, Flávia só saiu após ter morrido, já na tarde de segunda-feira (19). Os familiares foram avisados da morte só por volta de 18h.
A segunda morte, na mesma unidade, ocorreu no último domingo. Dessa vez, a vítima foi um homem de 44 anos, Aroldo Souza Castro, ele deu entrada na UPA na noite de sábado (17), com sinais vitais estáveis e relato de dormência na perna direita. Após receber atendimento e ser medicado, ele passou mal e morreu, na Sala Vermelha.
O terceiro caso ocorreu no último dia 14 de maio, envolvendo um idoso de 69 anos, Stephen George Edward Prescott na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Gama.
De acordo com relatos dos familiares de Stephen George Edward Prescott, o idoso se queixava de fortes dores abdominais quando foi levado para a UPA.
A presidente da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Dayse Amarilho, lamenta tantas mortes e ressalta que não falta dinheiro, mas sim gestão.
” Já estamos apontando há tempos, que existe um colapso na saúde pública, e existe uma falta de gestão. Quando se pega o orçamento da Saúde, se vê que é um orçamento robusto de R$ 14 bilhões. E quando vamos investigar, ver para onde está indo esse recurso, notamos que existem vários gargalos, entre eles a questão das UPAS que estão todas sob a gestão o IGES-DF. E quando analisamos as contas do IGES, a gente acha contratos e serviços sendo pagos com verba indenizatória, ou seja, sem contrato. Também identificamos que alguns desses contratos de “emergência” já duram quatro anos”.
Outro ponto importante destacado pela parlamentar é que o IGES teria o objetivo dar celeridade as contratações, mas isso, na prática não ocorre.
“O IGES vinha para resolver esses problemas na saúde com a questão de contratação e na questão de gestão rápida, o que não tem acontecido. Porque as pessoas vão para a UPA para ter uma classificação rápida e ter um atendimento e a grande maioria das UPAs ficam embandeiradas, então o paciente espera na porta, até que a situação dele se agrave, vire um paciente vermelho e muitas vezes entre para o atendimento, já com o risco eminente de morte”.