O governador Ibaneis Rocha declarou que vai cortar o ponto dos professores da rede pública do Distrito Federal que estão em greve desde o dia 2 de junho.
“Nós vamos fazer o corte de ponto, e eu quero saber quantos dias eles vão aguentar com o corte de ponto. Vamos levar essas medidas aprovadas pela Justiça até o último nível”.
Na ocasião, Ibaneis também ressaltou que não há orçamento para reajuste salarial.
“Estamos vivendo um momento no Distrito Federal em que temos de ter cuidado com as contas públicas. Então, reajuste salarial para qualquer categoria só vai acontecer no próximo ano, depois que estivermos com as contas todas equilibradas”.
Em resposta as declarações do chefe do Executivo o Sindicato os Professores do Distrito Federal (Sinprodf) lançou uma nota:
“O governador Ibaneis Rocha fala sem qualquer pudor em responsabilidade fiscal para justificar a desvalorização dos professores(as) e orientadores(as) educacionais, dos(as) servidores(as) da saúde pública e de categorias do funcionalismo essenciais à garantia da dignidade humana. Mas sua gestão conta outra história.
São bilhões do orçamento do DF em renúncia fiscal e perdão de dívidas. Segundo dados do próprio governo, tem mais dinheiro aplicado em propaganda para promover o GDF do que em merenda escolar. O orçamento para construção de viaduto é maior do que para a construção de escola. Quem ganha com essas escolhas? O povo do DF não é!
Ibaneis também não tem qualquer constrangimento de falar que vai cortar ponto – e tirar dinheiro – de pais e mães de família que estão em greve para que nossas crianças e adolescentes tenham uma educação pública de qualidade. Aliás, o governador mostra certo tom de satisfação ao dizer publicamente: “quero ver quanto tempo eles (nós, professores e orientadores educacionais) aguentam com corte de ponto”. A verdade, governador, é que a gente não aguenta mais desrespeito.
Ao contrário do que diz o governador, nossa greve não é abusiva. Abusivo é não regularizar o repasse da contribuição previdenciária dos professores(as) em contrato temporário ao INSS e deixar mais de 16 mil pessoas sem acesso a auxílio-saúde, auxílio-maternidade, aposentadoria.
Abusivo é colocar 40 estudantes em uma sala de aula que não tem sequer ventilador.
Abusivo é assinar acordo de greve e não cumprir.
Abusivo é ver milhares de pessoas nas filas dos hospitais públicos e não cuidar da saúde pública.
Basta! Ibaneis ultrapassou todos os limites.
Nós do magistério público sabemos porque estamos em greve. E o governador Ibaneis, ganha o que tendo nas mãos um orçamento recorde de R$ 73 bilhões e, mesmo assim, se negando a valorizar professores e a educação pública?”.